Surge a lua,
vem a noite,
madrugada,
vem o dia,
nasce o sol,
o mundo gira,
a vida segue
sem você...
Vem um dia,
outro dia,
vem o frio,
o calor,
um vazio,
a saudade,
eu não sigo
sem você...
Uma palavra aqui, outra ali, e vou tecendo versos pra te agasalhar... Não importa o que fizeres, aqueço-te o coração, a alma... (o corpo, não posso...)
Não quero a luz
do fim do túnel,
nem do fim da rua,
quero a luz
que me arrepia,
me põe nua...
Não quero luz
para me salvar,
quero a luz
que me faz pecar...
Ah, meu amor,
traz-me a luz
abrasadora
e multicor
do teu olhar...
Numa tentativa infeliz,
não de sair da minha vida,
mas de me tirar da sua vida...
E eu fiquei...
Numa tentativa desumana,
não de lhe esquecer,
mas de viver sem você...
Fecho os olhos...
respiro calmamente...
e num instante te vejo,
ouço tua voz, teu riso...
sinto-te...
é tão forte esse sentir...
estás tão próximo,
tuas mãos me acariciam,
teus braços me envolvem,
tua boca procura pela minha...
embriagas-me... me perco...
Te busco, não te encontro...
abro os olhos, me vejo só...
Respiro fundo... e sigo
mais do que sozinha,
sigo sem ti...
O que é feito de ti?
Por onde andas?
Somes,
num passe de mágica!
E eu fico aqui,
fazendo mágica,
pra sobreviver...
Não te escondas,
a tua vida te chama!
Vem, te mostra,
te dá pra mim,
não sei bem
o que fazer contigo,
mas vou lembrar
do que ensinaste,
do que penso que sei,
e vou te amar...
Vem!
os olhos, a boca,
beijo-te o corpo,
cada parte...
beijo-te sem jeito,
sem arte,
beijo-te como sei,
sem pressa,
te saboreando,
me deliciando...
Beijo-te com carinho,
com amor,
beijo-te com respeito,
com despudor,
beijo-te com frenesi...
Beijo-te, beijas-me...
Enlouqueço a ti,
enlouqueces a mim,
porque teu beijo,
erótico, intenso,
une nosso desejo...
teu beijo me esquenta,
me alimenta,
me faz delirar,
e querer mais,
muito mais...
No meu mundo
de letras e palavras,
entre pontos, vírgulas,
reticências,
não encontro versos,
rimas, nada...
Só teu nome
baila a minha frente,
só tua imagem
no meu pensamento
circula livremente...
nada mais,
ninguém mais,
só reticências...
Cada vez que te afastas,
me encolho, me fecho,
entristeço...
Durante a tua ausência,
sofro, reflito,
renasço...
Cada vez que retornas,
me animo, me alegro,
floresço...
Os olhos da noite
me espreitam,
vigiam meu passos,
meus pensamentos,
invadem os espaços
dos meus sentimentos,
são olhos devassos,
me trazem tormentos...
os olhos da noite
me impedem
de estar em teus braços,
me roubam momentos...
Tem dias que a saudade
é uma brisa leve
que surge, acaricia, e vai...
tem dias que a saudade
é um vento forte
que tira tudo do lugar,
joga a gente contra a parede,
machucando muito,
é uma dor que não sai...
tem dias que a saudade
não tem uma definição precisa...
eu acho que ela tem teu nome...
dá uma saudade,
uma vontade de abraçar,
não qualquer pessoa,
a gente quer
aquela especial,
que tem um abraço
único, sem igual...
De repente,
a gente lembra
de dias, momentos,
lembrança tão forte,
e a dor aumenta
ainda mais,
se a gente lembra
que alguém
tem e não dá valor
a esse abraço...
Cartas na mesa,
jogo aberto,
cacife alto demais,
parceria
mais que perfeita
no impasse,
sem querer
entregar o jogo,
sem querer desistir...
Parceiros em sintonia,
silenciosamente
se provocam,
cobram posições,
pedem mais cartas,
mais fichas,
um drink,
e o jogo segue...
tempo de paz, amor,
compreensão...
e os sonhos,
de um Natal a dois,
onde estão?
É Natal,
e a luz dos teus olhos,
a cor do teu sorriso,
o calor do teu abraço,
o sabor dos teus beijos,
onde estão?
É Natal,
não estou só,
está comigo
a solidão,
de ti,
meu presente de Natal...
Não entendo
porque você não me entende...
Eu também não me entendo!
E ainda penso que você
também não se entende,
e não entende
porque eu não lhe entendo...
Será que eu não entendo você
e você não me entende?
Porque apesar de tantos
supostos desentendimentos,
a gente se entende tão bem!...
Percorremos grandes distâncias
por razões que nos interessam
e por outras que preferíamos não ter.
E não atravessamos
o oceano que nos separa.
Temos medo
do mar revolto a enfrentar.
E nos deixamos morrer na praia.
(Melhor que nos deixássemos
desfalecer de amor,
um nos braços do outro.)
O coração descompassa
ao pensar em ti,
as mãos se inquietam,
ansiosas para te acariciar,
os lábios ficam secos,
com sede dos teus beijos,
o corpo arrepia
num desejo louco...
Respiro fundo,
me abraço...
ah, teu abraço...
inigualável prazer,
o contato com o teu corpo,
o teu abraço...
São assim, os idiotas,
tolos, parvos, ingênuos,
tontos, patetas,
são assim, se metem
onde não são chamados.
Não sou nada disso,
foi o amor
que se meteu em mim.
Eu só abri os braços
para ele...
Quero isso, aquilo,
e mais aquilo,
quero mais,
quero tudo!
já nem sei
quanto quero,
sei que quero,
e quanto mais quero,
mais quero,
quero tudo!
E tudo que eu quero
é você!
Viver outra história,
tirar-te da memória...
A vida continua,
toda noite tem lua,
e a cada amanhecer
tentar esquecer
quem já me fez feliz,
quem eu tanto quis...
E assim seguir
fugindo,
me iludindo,
me enganando...
te amando...
Por baixo da mesa,
um certo pezinho,
com manha e esperteza,
muito safadinho,
sem dó, martiriza,
desfaz do sapato,
e suave desliza
pela perna do gato...
que você se impõe
e impõe a mim também...
esse afastamento
inútil e desnecessário
que só nos faz mal...
essa fuga, esse recuo
tão inoportuno...
esse seu silêncio
que lhe trai e diz tanto...
Esse seu comportamento
já não me confunde mais...
Imaginei você feliz
e esqueci de mim...
Eu só pensei em você...
Você tem
um jeito moleque de ser
que me encanta
e contagia,
dá vontade
de dar colo,
afagar,
abraçar,
não soltar,
pegar pela mão
e sair por aí
cantando,
dançando,
porque com você
a primavera
é mais bonita...
Você tem
um jeito moleque de ser
que mostra sem querer
o homem que você é...
apaixonante!